Ah, que fiquei velha de repente.
Não, o tempo não passou. Não dormi, mas acordei velha.
Vai ver que passa: dorme acorda dorme acorda.
Vai ver assim que tem que ser.
As tramas que o tempo urde.
Os dramas que o tempo carrega.
As rugas que o tempo regra.
As regras que o tempo quebra.
A seu tempo, todo fogo é fátuo.
A seu tempo, toda água é turva.
A seu tempo, todo ar é escasso.
A seu tempo, o real se perde/ pede/ pode?
Verdades e incertezas,
Vaidades e desconcertos,
Vontades e desencontros,
Vertigens e desencantos.
(Sem rima sem métrica, o poema
No entanto se move, respira, e se vive
Já não cabe em si, denso e livre,
No papel, largo e lasso, se esparrama)
Sobre o tempo: sobra tempo?
E eis que dia e noite não são
Nem menos nem mais que imprecisão
A contar o incontável: momento.
*( E tem até data:23/08/99!!)
Nenhum comentário:
Postar um comentário